quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vestida para matar


Vestido colado no corpo (se possível, preto), revelando curvas sensuais, luvas (olha o fetiche!) e salto alto (ui!) … Vestida para matar, ou dress to kill, é a expressão que melhor se aplica à imagem da vamp (de “vampira”). Para os homens, a figura da vamp traduz o fascínio e o medo que a paixão desperta: morrer na mulher e pela mulher, em meio a prazeres loucos. E para as mulheres? Ser uma vamp é sentir-se poderosa, no controle da sedução.

A figura da vamp, ou mulher fatal, surgiu numa época em que as mulheres tinham duas opções de vida: ou eram “mães-de-família” ou eram “mulheres-da-vida”. Para umas o reino do lar e dos filhos, para as outras, o sexo e a perdição. Em suma, estamos falando do tempo em ainda tinha onça em São Paulo.

No escurinho do cinema, a dona-de-casa fantasiava que era uma vamp, e o pai-de-família fantasiava que pegava uma vamp. Fora das telas, a vamp era um perigo para homens e mulheres: eles, por que podiam morrer nelas. E elas, porque se virassem vamps perdiam seu lugar na sociedade “respeitável”, para se tornarem “decaídas”. Ainda bem que hoje as mulheres abriram caminho para ser muitas coisas ao mesmo tempo!

E por falar em tempo da onça, na época da mulher fatal os vampiros só saiam depois do sol cair, não eram aliados de lobisomens, nem muito menos bonzinhos. Portanto lamento decepcionar a legião de fãs de Eclipse e outras comédias românticas para adolescentes, que querem fazer crer que a paixão pode ser controlada.

Não, a paixão é assustadora e a figura daquela mulher de vestido colado ao corpo, salto alto, curvas sensuais e lábios carnudos… tornou-se um ícone da moda. O grande fotógrafo Helmut Newton que o diga!

Nos ensaios de Helmut Newton, a vamp foi-se desnudando e viveu todo tipo de fantasia. E a verdade é que, entra moda, sai moda, se é uma coisa que nunca sai de moda é a mulher que assume a sua coragem de seduzir.


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